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terça-feira, 1 de maio de 2018

Vila Germânica Rock Festival recebe voltas e estreias com “presentes”

Vila Germânica Rock Festival reuniu cerca de 1100 pessoas em 2017. Foto: Eraldo Schneider/PMB.

Em vez das tradicionais bandinhas alemãs, o rock agita uns dos palcos da Oktoberfest neste domingo (6). Cinco bandas tocam músicas próprias e covers de clássicos e sucessos recentes durante mais uma edição do Vila Germânica Rock Festival. A partir das 16h, o público pode conhecer os trabalhos e cantar junto com Six Pack (sucessos do hardcore/punk pop/skate rock/surf rock nacional dos anos 90 e 2000), Divergente (rock alternativo dos anos 90/grunge/pós-grunge, 17h), Em Nome do Rock (clássicos do hard rock/blues rock, 18h), Morning Storm (crossover thrash/stoner metal19h) e Overblack (heavy metal/thrash metal, 20h). O repórter Kunimund Krönke Junior conta as novidades da edição deste ano e os critérios dos jurados, traz o relato da banda que tocou no Festival Brasileiro da Cerveja e críticas à falta de cachê.

A organização espera mais de 1100 pessoas no Setor 4 (Eisenbahn Biergarten). Uma das novidades da edição de 2018 é que as bandas participantes ganharam pedais para guitarra e concorrem a dez horas de estúdio para gravação ou ensaio. Também podem vender abertamente camisetas, CDs, etc., dentro do pavilhão, desde que comuniquem a administração do Parque Vila Germânica.

"Ficamos muito felizes em ter praticamente o dobro de inscrições em relação ao ano passado. Significa que o evento vem se consagrando como uma oportunidade valiosa para as bandas.”, diz o gerente de Assuntos da Juventude, Tadeu Menezes de Andrade. Cerca de 40 bandas do Vale do Itajaí se inscreveram. O regulamento não exige repertório autoral ou exclui profissionais, apenas os integrantes devem ser maiores de idade. Os jurados Eusébio Nicolau Köhler (maestro regente e coordenador do Coro da FURB e professor do Departamento de Artes da Universidades), Israel Manerich (técnico de áudio e produtor de eventos), Marco Aurélio Rosa (vocalista e guitarrista da Banda do Barril) e Rafa Steinbach (comunicador da rádio Atlântida FM) escolheram as bandas considerando afinação, harmonia entre voz e instrumental, presença de palco, entre outras qualidades. 

“Se a banda não tem uma boa harmonia e uma boa qualidade musical, eu acredito que ela não está pronta para estar diante do público. Não é porque é uma banda de rock que tem que ser bagunçado. A música não precisa ser complexa para ter qualidade. Por mais simples que ela seja, se ela for bem executada, ela tem qualidade musical”, explicou Israel Manerich.

Banda Divergente foi contratada para tocar no Festival Brasileiro da Cerveja
de 2018 depois de se apresentar no "Vila Rock" em 2016. (Divulgação)

Citada pela organização como exemplo do sucesso da exposição no palco da Vila Germânica, a banda Divergente volta após ter sido contratada para tocar no maior evento cervejeiro da América Latina, o Festival Brasileiro da Cerveja, em 2018. O vocalista e guitarrista Rodrigo Medeiros lembra que a banda estava com agenda cheia em 2016 e a inscrição para o festival de música foi enviada sem acreditar que fossem escolhidos. “Subimos e mandamos ver no palco. Foi foda do início ao fim. A crítica positiva aumentou até nossos seguidores nas redes sociais. Ver a galera cantando junto, pulando e aplaudindo foi impagável.”

Depois da participação no Vila Germânica Rock Festival, a banda Divergente continuou tocando nas noites de Blumenau e região e, no fim de 2016, começou a produzir o EP “Horizonte”, lançado em 2017. Sobre a edição de 2018, “esperamos que esta vitrine possa ser um divisor de águas para todas as bandas e organizadores do evento, que possa beneficiar a todos com muita boa música, diversão e profissionalismo”, disse Rodrigo.

Outra banda que participou há dois anos e foi selecionada de novo é a Overblack, que aproveita para lançar o primeiro álbum. O heavy metal/thrash metal faz dobradinha de peso com outro trio, a Morning Storm, que apresenta pelo segundo ano seguido seu repertório de stoner metal, praticamente todo de músicas próprias. Com experiência na noite blumenauense, Em Nome do Rock e Six Pack estreiam este ano.

Críticas à falta de cachê

O Vila Germânica Rock Festival tem sido criticado por não valorizar os músicos. Segundo o regulamento, “não será fornecido cachê ou destinado qualquer pagamento/reembolso pela organização do evento às bandas selecionadas”. Apesar de a entrada ser gratuita, artistas e produtores culturais entendem que o evento tem lucro, principalmente com o aluguel de espaços para venda de bebidas e lanches, camisetas e discos de bandas que não participam do festival, instrumentos musicais e máquinas de videogame. Além disso, o público que circula pela área de fora dos pavilhões pode consumir nas lojas e nos bares.

Outros argumentos pelo pagamento de cachê são que a infraestrutura disponibilizada pela organização (palco, som e iluminação) não cobre gastos com ensaios e outros custos das bandas (que devem levar seus próprios instrumentos e os pratos da bateria para o festival, como geralmente acontece nos bares), que municípios vizinhos têm apoio de empresas locais para pagar no mínimo as despesas dos músicos e que o cachê poderia ser considerado com retorno dos impostos pagos pela população em forma de investimento em cultura.

Antes de anunciar a premiação e informar ao blog a possibilidade de venda de merchandising, a assessoria de comunicação afirmou que o objetivo do festival é “proporcionar lazer e entretenimento gratuito para a comunidade e propiciar que bandas da região possam se apresentar ao público no Parque Vila Germânica”. Ainda de acordo com a organização, em resposta ao mesmo tipo de crítica antes da edição do evento de 2017, o lucro da venda de bebidas em 2016 foi “supérfluo” e não cobriu despesas com palco, iluminação, sonorização e energia elétrica.

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