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segunda-feira, 13 de março de 2017

Histórias que o álcool não apaga

Mamonas Assassinas em Blumenau
 Mamonas Assassinas lotaram a Prainha em 1995. Comenta-se que foi o maior público
de toda a história da banda. (Foto: Caio Santos/reprodução/Facebook).
Vendo hoje a Prainha, parece impossível que mais de 40 mil pessoas (segundo matéria do site Análise em Foco) tenham lotado aquela parte da margem do Rio Itajaí-Açu para pular ao som de Mamonas Assassinas, ainda mais durante a Oktoberfest. Para comemorar os 20 anos do Skol Rock e satisfazer os curiosos, o jornalista e produtor cultural Fabrício Wolff lança nesta quinta (16) um livro sobre os bastidores do festival. O repórter Kunimund Krönke Junior conversou com o autor sobre organização do material, financiamento do projeto e até boatos sobre uma possível volta.

De 1994 a 1996, a galera fazia o “esquenta” para a Oktoberfest, em Blumenau, com rock. Biquíni Cavadão, Raimundos, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Camisa de Vênus e Mamonas Assassinas foram alguns nomes famosos que agitaram as tardes de sábado na Prainha junto com bandas locais. “O Skol Rock nunca foi um concorrente daOktober’”, explica Fabrício Wolff. “Era um evento para dar uma opção pros turistas jovens que vinham pra Oktoberfest. Em vez de fazerem arruaça na Rua XV, eles vinham para um evento organizado”, explica. O festival também fazia parte de uma estratégia de marketing. “Antarctica e Brahma dominavam os pavilhões da Oktobefest e a Skol queria entrar em Blumenau de qualquer jeito”, revela o autor do livro. O sucesso fez o Skol Rock se espalhar pelo Brasil, até que em 1999 o estilo musical mudou.

Desde a última edição em Blumenau, Fabrício tem contado muitas histórias sobre o festival. “Alguém dizia que eu tinha feito o Skol Rock e as pessoas me perguntavam como é que foi. Se eu tenho que falar tantas vezes pra todo mundo, então eu vou falar uma vez só pra todo mundo, que é através do livro. Eu vou contar histórias que as pessoas nem imaginam…”


O autor começou em 2009 a colocar no papel o que lembrava sobre o surgimento, as dificuldades, as histórias de bastidores (incluindo as aventuras das bandas famosas em Blumenau) e o fim do festival. “Isso tudo tava bem latente na minha memória porque eu fiz o evento, vivi tudo isso”, conta Fabrício Wolff, que também pesquisou números, nomes de bandas que tocaram, fotos, entre outros detalhes no arquivo do Jornal de Santa Catarina. Além disso, amigos fotógrafos colaboraram com imagens. “Retomei o livro em 2015, preparando [as comemorações] os 20 anos do Skol Rock”, disse o autor de “Skol Rock, o festival que você não viu - os bastidores”. Ao todo são 164 páginas, que incluem estatísticas de toda a história da Oktoberfest, das edições do festival em Blumenau e depoimentos do público.


“[Organizar o material] não foi tão difícil, mas fazer um livro sempre dá trabalho. O livro tem um carinho de um filho. Quando você lança um projeto, quando você lança um livro, é como se fosse um filho seu. Você não quer lançar um ‘filho’ mal acabado, então tem um trabalho, um esforço, uma preocupação extra em fazer o melhor possível, até porque as pessoas que compram um livro estão pagando por ele e merecem o melhor produto possível.”

Colaboração do público valoriza livro

Para editar e publicar mil cópias do livro, Fabrício Wolff criou uma campanha de financiamento coletivo. Propôs uma colaboração de R$ 25, valor que inclui um exemplar e a entrada gratuita para a festa de lançamento (leia abaixo). A campanha terminou sem alcançar a meta de R$ 10 mil, arrecadando R$ 5.703,01 (57,03%), dos quais cerca de R$ 500 foram para o site Vakinha.

A soma abaixo do esperado não impediu o autor de continuar o projeto. A tiragem foi reduzida para 500 exemplares e foram renegociadas “algumas coisas” com a gráfica, o diagramador, etc, sem diminuir a “qualidade do livro”. “São 500 exemplares que ficarão na História. Cada uma das pessoas que tiver um exemplar, vai ter um de 500, não um de milhões. Não é um best seller. Cada exemplar vai ser especial”, destaca Fabrício Wolff.

A Ambev, dona da marca Skol, não participou da produção do livro. “Mandei um texto pra eles, pra verem que não há nada que denigra a imagem de ninguém, e eles não me responderam. Também não fui atrás do patrocínio deles”, afirma Fabrício Wolff, que prefere valorizar as contribuições com o projeto pelo financiamento coletivo. “Acho mais bonito essa coisa comunitária. As 230 e poucas pessoas que compraram o livro na vaquinha são especiais. Sem elas não haveria o livro.”


“Skol Rock, o festival que você não viu - os bastidores” será lançado nesta quinta (16), no Ahoy Tavern Club. Começa às 20h, com entrega e autógrafos dos exemplares para os colaboradores do financiamento coletivo. Depois, a banda Divergente toca sucessos do rock dos anos 1990 e 2000 a partir das 21h45. Saiba mais.

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Um comentário:

  1. TAMBEM FIZ PARTE DESSA HISTORIA FUI O UNICO PIPOKEIRO A TRABALHAR ALI NA PRAÇINHA TIVE O ORGULHO DE VER CADA MOMENTO DESDA DEVIDA ORGANIZAÇÃO ATE MESMO O PRAZER DE MANDAR PIPOCAS PARA OS CAMARINS E ATENDER AS PESSOAS QUE ALI ESTAVAM COM MUITA ALEGRIA E PRAZER PENA QUE ACABOU UMA MISTURA DE ALEGRIA VERDADEIRA PARABENS FABRIÇIO E TODA EQUIPE QUE TEVE O BRILHANTISMO DE FAZER COM MUITA SABEDORIA UM FESTIVAL DESSA PROPORÇÃO NA PRAINHA

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